sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

CooperadaMente, PROUT e FSM-Amazônia 2009

Acontece entre os dias 27 de janeiro e 01 de fevereiro, em Belém/PA, mais um Fórum Social Mundial. Trata-se de um espaço aberto de encontro – plural, diversificado, não-governamental e não-partidário –, que estimula de forma descentralizada o debate, a reflexão, a formulação de propostas, a troca de experiências e a articulação entre organizações e movimentos engajados em ações concretas, do nível local ao internacional, pela construção de um outro mundo, mais solidário, democrático e justo.
A CooperadaMente, célula de transformação dentro da Rede de Cooperativas Proutistas em formação, estará presente nesse importante evento divulgando seus trabalhos dentro do contexto de economia solidária e sustentabilidade e como um modelo em formação para aplicação dos Princípos de PROUT (Progressive Utilization Theory ou Teoria da Utilização Progressiva).
Dentre os empreendimentos, estaremos expondo artigos em bambú, produtos de higiene veganos e teremos também um espaço de alimentação vegetariana junto ao acampamento da Aldeia da Paz.
Quer mudar o mundo? A revolução se inicia dentro de você.

“Encoraje todos a construírem suas carreiras de uma boa maneira. Não deixe que ninguém tenha a possibilidade de pensar que sua vida tornou-se inútil.” P.R.Sarkar

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Passeio Socrático

Fonte: Texto de Frei Beto


Ao visitar em agosto a admirável obra social de Carlinhos Brown, no Candeal, em Salvador, ouvi-o contar que na infância, vivida ali na pobreza, ele não conheceu a fome. Havia sempre um pouco de farinha, feijão, frutas e hortaliças. "Quem trouxe a fome foi a geladeira", disse.
O eletrodoméstico impôs à família a necessidade do supérfluo: refrigerantes, sorvetes etc. A economia de mercado, centrada no lucro e não nos direitos da população, nos submete ao consumo de símbolos. O valor simbólico da mercadoria figura acima de sua utilidade. Assim, a fome a que se refere Carlinhos Brown é inelutavelmente insaciável.
É próprio do humano – e nisso também nos diferenciamos dos animais – manipular o alimento que ingere. A refeição exige preparo, criatividade, e a cozinha é laboratório culinário, como a mesa é missa, no sentido litúrgico.
A ingestão de alimentos por um gato ou cachorro é um atavismo desprovido de arte. Entre humanos, comer exige um mínimo de cerimônia: sentar à mesa coberta pela toalha, usar talheres, apresentar os pratos com esmero e, sobretudo, desfrutar da companhia de outros comensais. Trata-se de um ritual que possui rubricas indeléveis. Parece-me desumano comer de pé ou sozinho, retirando o alimento diretamente da panela.
Marx já havia se dado conta do peso da geladeira. Nos "Manuscritos econômicos e filosóficos" (1844), ele constata que "o valor que cada um possui aos olhos do outro é o valor de seus respectivos bens. Portanto, em si o homem não tem valor para nós." O capitalismo de tal modo desumaniza que já não somos apenas consumidores, somos também consumidos. As mercadorias que me revestem e os bens simbólicos que me cercam é que determinam meu valor social. Desprovido ou despojado deles, perco o valor, condenado ao mundo ignaro da pobreza e à cultura da exclusão.
Para o povo maori da Nova Zelândia cada coisa, e não apenas as pessoas, tem alma. Em comunidades tradicionais de África também se encontra essa interação matéria-espírito. Ora, se dizem a nós que um aborígene cultua uma árvore ou pedra, um totem ou ave, com certeza faremos um olhar de desdém. Mas quantos de nós não cultuam o próprio carro, um determinado vinho guardado na adega, uma jóia?
Assim como um objeto se associa a seu dono nas comunidades tribais, na sociedade de consumo o mesmo ocorre sob a sofisticada égide da grife. Não se compra um vestido, compra-se um Gaultier; não se adquire um carro, e sim uma Ferrari; não se bebe um vinho, mas um Château Margaux. A roupa pode ser a mais horrorosa possível, porém se traz a assinatura de um famoso estilista a gata borralheira transforma-se em cinderela…
Somos consumidos pelas mercadorias na medida em que essa cultura neoliberal nos faz acreditar que delas emana uma energia que nos cobre como uma bendita unção, a de que pertencemos ao mundo dos eleitos, dos ricos, do poder. Pois a avassaladora indústria do consumismo imprime aos objetos uma aura, um espírito, que nos transfigura quando neles tocamos. E se somos privados desse privilégio, o sentimento de exclusão causa frustração, depressão, infelicidade.
Não importa que a pessoa seja imbecil. Revestida de objetos cobiçados, é alçada ao altar dos incensados pela inveja alheia. Ela se torna também objeto, confundida com seus apetrechos e tudo mais que carrega nela mas não é ela: bens, cifrões, cargos etc.
Comércio deriva de "com mercê", com troca. Hoje as relações de consumo são desprovidas de troca, impessoais, não mais mediatizadas pelas pessoas. Outrora, a quitanda, o boteco, a mercearia, criavam vínculos entre o vendedor e o comprador, e também constituíam o espaço das relações de vizinhança, como ainda ocorre na feira.
Agora o supermercado suprime a presença humana. Lá está a gôndola abarrotada de produtos sedutoramente embalados. Ali, a frustração da falta de convívio é compensada pelo consumo supérfluo. "Nada poderia ser maior que a sedução" – diz Jean Baudrillard – "nem mesmo a ordem que a destrói." E a sedução ganha seu supremo canal na compra pela internet. Sem sair da cadeira o consumidor faz chegar à sua casa todos os produtos que deseja.
Vou com freqüência a livrarias de shoppings. Ao passar diante das lojas e contemplar os veneráveis objetos de consumo, vendedores se acercam indagando se necessito algo. "Não, obrigado. Estou apenas fazendo um passeio socrático", respondo. Olham-me intrigados. Então explico: Sócrates era um filósofo grego que viveu séculos antes de Cristo. Também gostava de passear pelas ruas comerciais de Atenas. E, assediado por vendedores como vocês, respondia: "Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz".

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Ativistas Universais


O sol nascente dentro do logo triangular "Proutista Universal" simboliza energia de ação progressiva. Auto-suficiência é força fundamental de uma unidade sócio-economica proutista, Cooperativismo constitue a maior parte do tronco e a configuração industrial proutista, enquanto Espiritualidade é o espírito interior de PROUT.

Marcha contra a corrupção: "PROUT: A Alternativa à Globo-colonialismo! Democracia Econômica com Cooperativas e Necessidades Básicas para TODOS!" - Belo Horizonte/MG-2001

Mais de 1400 folhetos de PROUT foram distribuidos a pessoas interessadas. O banner da frente dizia: "NEO-HUMANISMO, Amor para a humanidade e todos os seres".

Ativistas Proutistas marchando no dia da Independência Nacional Brasileira com 3000 co-ativistas. Dia 7 de setembro, um "Choro dos Excluídos" é realizado em todo o país. Proutistas levavam banners dizendo: "Ganância capitalista está destruindo nosso planeta - Prout, e o logo de Prout: Cooperativismo, Auto-suficiência, Espiritualidade - Prout = Teoria da Utilização Progressiva"


O proutista Ari Moraes em Teresópolis explica às crianças como a sua moeda local semanal funciona dentro do comércio justo. Vegetais, frutas, pães, bolos, roupas usadas, livros, material escolar, remédios são trocados ou adquiridos usando o "Zumbi", nome da moeda local. Teresópolis/RJ- 2003

Proutistas marchando em Londres.


"O mundo precisa de novas estruturas sócio-economicas que sejam mais justas, fortes e descentralizadas como em Prout; e nós precisamos fazer mudanças sistemáticas que nos liberte, também."- Maria Dirlene Trindade Marques, Presidente da União de Economistas Brasileiros

"Prout é muito importante para todos que desejam uma libertação que começa no econômico e se expande para a totalidade da existência humana pessoal e social."- Leonardo Boff, Fundados da Teologia da Libertação

"Visões alternativas são cricais neste momento da história. O modelo de cooperativismo de Prout na democracia economica, baseada en valores humanos cardinais e distribuição dos recursos do planeta para o bem-estar de todos, merece nossa séria consideração."- Noam Chomsky, Critico da U.S. Policy, adepto do socialismo libertário

"A visão de Prout é ao mesmo tempo holística e sistemica, com um objetivo concreto de reorganizar a sociedade. Tem o poder de se construir num projeto pós-capitalista. Prout está a transformar e revolucionar profundamente, e eu apoio todas essas dimensões."- Marcos Arruda, líder ativista brasileiro, economista e pedagogo, perito sobre instituições financeiras internacionais, e chefe de uma influente ONG.